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15/08/2023

Marcha das Margaridas é aberta em Brasília

Presidente Lula deve responder demandas das mulheres nesta quarta (16)

O SINDIREF se fez presente na 7ª Marcha das Margaridas, que foi aberta oficialmente na noite desta terça-feira (15), evento que reúne mais de 100 mil mulheres  do campo, da floresta, das águas e cidades na capital federal. A  abertura teve a presença de representantes dos movimentos sindicais e de  ministros do governo federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve  fazer anúncios nesta quarta-feira (16) em resposta às principais  demandas das mulheres. Ainda em junho, a organização da marcha levou a  pauta de solicitações ao governo federal.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve  na abertura oficial e antecipou que a pasta deve retomar o Grupo Terra,  focado em desenvolver políticas para as populações do campo e da  floresta; além de ações para acolhimento de mulheres e crianças vítimas  de violência nas unidades básicas de saúde e reconstrução do comitê de  avaliação de plantas medicinais e fitoterápicas.

Algumas demandas apresentadas pela marcha  são a ampliação da participação das mulheres na política; combate à  violência, racismo e sexismo; autonomia econômica; acesso à terra e  educação; segurança alimentar; produção rural aliada à agroecologia e  universalização da internet e inclusão digital.
Para a coordenadora-geral da marcha e  secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na  Agricultura (Contag), Mazé Morais, a marcha “renderá frutos históricos  capazes de mudar a vida de mulheres por meio de uma plataforma de  resistência”. O lema da edição de 2023 é Pela Reconstrução do Brasil e  Pelo Bem Viver.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves,  destacou que as participantes marcham por seus ideais e por um país mais  justo e pacífico. “Nós não queremos que seja o país do ódio e da raiva.  Queremos que seja o país da paz”, disse.

Já Anielle Franco, ministra da Igualdade  Racial, emocionou-se ao ver a homenagem prestada a irmã Marielle Franco,  vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. “Não vão nos  intimidar, não vão nos calar”, destacou.
Participaram do evento as ministras Marina  Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Sônia Guajajara (Povos  Indígenas), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Margareth  Menezes (Cultura) e Ana Moser (Esporte), além de ministros e  representantes da Caixa, Banco do Brasil e delegações de 35 países.
As mulheres realizarão a marcha nesta quarta-feira (16) na Esplanada dos Ministérios.
Margarida Alves
O Senado aprovou nesta terça-feira (15) a  inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da  Pátria. A matéria segue agora para sanção.

Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem  a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores  Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto  de 1983 em resposta a sua luta pelos direitos da categoria. Desde  então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de  homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Latifundiários da  região são suspeitos do homicídio. Mas, até hoje, o crime segue sem  solução e os mandantes não foram condenados.

O caso de Margarida Maria Alves chegou à  Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados  Americanos (OEA). Em abril de 2020, a comissão concluiu que o Estado  brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade  pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves. O relatório  ainda faz recomendações ao Estado brasileiro sobre como reparar  integralmente os familiares da vítima; a investigação efetiva para  esclarecer os fatos; o fortalecimento do Programa de Proteção a  Defensores de Direitos Humanos, concentrando-se na prevenção de atos de  violência.


Fonte: Agência Brasil

Edição:   Marcelo Brandão 

Fotos: Agencia Brasil e Sindiref   

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